[Date Prev][Date Next][Thread Prev][Thread Next][Date Index][Thread Index]
Re: [lp-br-sp] Aplicativo para restaurantes da Unicamp
From: |
brunomaximom |
Subject: |
Re: [lp-br-sp] Aplicativo para restaurantes da Unicamp |
Date: |
Sat, 15 Mar 2014 19:20:06 -0300 |
User-agent: |
Roundcube Webmail/1.0-rc |
O que levanta duas questões. Se Android é mais popular que o GNU, ou
mais genericamente dizendo, se um sistema não-livre é mais popular que
outro livre ou um não-copyleft é mais popular que um copyleft, não
estaríamos reduzindo o alcance de um software livre ao optar por não
distribuí-lo em Android, mas somente em GNU? Esta questão, leva à
segunda: quando é estratégico oferecer um software livre em várias
plataformas, principalmente as mais populares?
Software livre DEVE estar disponível para todas as plataformas a não ser
que ele tenha um intuito específico para trazer algo bom para uma
plataforma específica. Por exemplo, um celular com Android tem um
intuito de ser um computador de mão que o consumidor nunca precise
desligá-lo, onde a qualquer hora o usuário pode pegar pra ver alguma
coisa (notícia, conversa, etc). Como o programa do Edson tem o intuito
de ser um programa de notícia para uma plataforma que facilita esse
acesso, então ok. Mas um desenvolvedor de software livre negar portar
seu software, ou não permitir patches de alguem para isso demonstra uma
ENORME semelhança com, por exemplo, a Microsoft não ter nunca feito um
Windows Live Messenger para Linux e nem facilitado a eng. reversa dele
(que no caso do SL não precisaria fazer eng. reversa, seria o próprio
código).
Outros dois excelentes exemplos são o antigo OpenOffice [1] e o
Firefox,
que desde longo tempo têm suporte primário à plataforma Windows. O
primeiro beneficiava usuários do mesmo software em outras plataformas
ao
permitir que usuários de uma plataforma popular pudessem criar e abrir
documentos em um formato aberto, se favorecendo do efeito de rede. O
Firefox fez o mesmo com a Web, que era dominada por sites e até
serviços
públicos que só funcionavam com o Internet Explorer. O sucesso destes
dois projetos pode ser questionado, mas não teriam falhado ainda mais
sem o suporte à plataforma Windows?
Teria falhado sim! Por exemplo, se você convence um cara a usar um SO
livre e ele vai todo feliz usar mas não consegue se dar bem nem a pau
com o SO livre, a opção que lhe resta é convencê-lo de só usar software
livre no SO que ele se dá bem.
Pra mim, a principal dúvida quanto a esta segunda questão é onde está o
limite? Até porque o oposto poderia acontecer: um protocolo ou
funcionalidade muito popular estar presente em apenas uma plataforma
livre. Devemos mantê-la exclusiva às plataformas livres, como forma
estratégica de incentivar a adoção de tais plataformas?
Sim, acontece que muita gente por pirraça não quer
Uma questão relacionada à primeira, talvez mais importante que esta, e
que foi apontada em emails anteriores nesta thread, é: a presença de um
software livre em uma plataforma não-livre não aumenta a visibilidade
do
software livre? Não tenho uma resposta pronta pra isso. Mas acredito
que
se o software não causa efeito de rede e não mostra em nenhuma
interface
que é livre, e o que isso quer dizer, talvez não faça muito sentido.
Aumenta, há muitos casos de sucesso disso. Firefox, Thunderbird,
Open/LibreOffice, VLC, MinGW, Eclipse, Netbeans, Java...........
Mas de uma coisa tenho convicção: a ausência de um software livre em
uma plataforma livre como a plataforma GNU nos afeta negativamente em
relação à outra plataforma.
Será? Um dia antes de dormir eu pensei "o que eu faria se não existisse
software proprietário? eu lutaria pelo que? seria um robô sem
opinião?"...O que seria de vocês sem o software proprietário? A
motivação de vocês de programar livremente porque gostam não vem porque
existe um constraste entre o que vocês julgam certo e errado? Ou seja, a
motivação de você criar um SL para o imposto de renda não é justamente
porque existe uma versão proprietária que todo mundo usa e que você
julga isso errado? E se essa versão não existisse, o que te faria criar
mais um SL pra mesma coisa (considerando que as opções já fossem livres?
[1] Eu prefiro LibreOffice, por ser um projeto copyleft, mas quis
colocar um exemplo em contexto histórico para demonstrar porque foi/é
estratégico suportar a plataforma Windows com esses software.
LibreOffice = OpenOffice + mais tempo de desenvolvimento.