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Re: [lp-br-sp] Questionário sobre Desenvolvedores de Software Livre
From: |
Matheus Mello |
Subject: |
Re: [lp-br-sp] Questionário sobre Desenvolvedores de Software Livre |
Date: |
Fri, 06 Feb 2015 12:08:59 -0200 |
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Olá!
Obrigado Raniere, Tiago e Sérgio pelos comentários.
Vou avaliar as críticas e sugestões com mais atenção daqui a pouco
para já adaptar o questionário. Principalmente na questão de retirar a
obrigatoriedade de algumas perguntas e adaptar as condições de outras.
Quando terminar responderei pontualmente cada questão. :)
Sobre o servidor do LimeQuery, eu gostaria de ter usado um servidor da
universidade, mas demoraria um tempo para eu aprender a instalar e
conseguir a permissão, e já estou com a pesquisa atrasada. Aliás,
estou com medo de ficar meio despercebido fazer um lançamento /
divulgação durante o Carnaval, mas infelizmente o tempo para a
pesquisa é curto.
Sobre as questões muito pessoais: tem a ver com a proposta da
sociologia de relacionar qualquer coisa com a posição social
(geralmente classe econômica), e tradicionalmente as variáveis que
medem isso são renda per capita (rendimento do domicílio dividido pelo
número de pessoas; escolaridade do entrevistado e dos pais;
ocupação/profissão, ou posição nos meios de produção).
Para ser mais específico, nem vou fazer uma análise economicista
(assumir que a classe explica tudo, ou que é a mais importante), mas
como é um fator tradicional, é considerado básico para comparação:
tenho informações do Censo 2010, então dá para saber se algumas
informações batem com o conjunto já pesquisado dos desenvolvedores, e
saber quais as diferenças com o restante da população. É por essa
razão também que a variável cor/raça, apesar de ser polêmica e até
usar termos inadequados como "preto" ou não usados na prática como
"pardo", a alteração desse padrão quebra a comparação histórica, além
de que ele permite alguma análise mais generalizada (isto é, assumindo
que a precisão é baixa, mas identificando a diferença entre os extremos).
Quer dizer, a escola de sociologia que me identifico é que dá valor
aos padrões de socialização, a trajetória de vida e formação de
identidade. Partindo do pressuposto que o software não se constrói
apenas pela técnica, mas por pessoas numa sociedade específica, é do
interesse da sociologia dizer as características dessas pessoas e sua
posição na sociedade para saber até onde isso influencia, se é que
influencia.
Resumindo: lembro-me de um livro de introdução à sociologia, do
primeiro período, em que dizia que o sociólogo é um curioso, fica
olhando por detrás das cortinas, ouvindo as fofocas, para saber a
diferença entre o que se diz e o que se faz.
Daí vem o dilema ético: na teoria um sociólogo quer saber tudo o que
pode, porque não podemos fazer "experiências" como um físico e um
biólogo num laboratório. Mas evidentemente precisamos respeitar o
anonimato das pessoas, e proteger os pesquisados de represálias da
empresa ou de grupos rivais. Fica difícil estabelecer o equilíbrio
entre saber e revelar o suficiente. No caso de entrevistas (que há
ainda mais profundidade no nível pessoal) tentamos usar pseudônimos e
no caso de questionários, quanto mais pessoas responderem, mais um
respondente ficará parecido com os demais, e não-identificável.
Coloquei algumas variáveis como obrigatórias, porque pensei que mesmo
na situação de todos os participantes responderem só as obrigatórias,
já haveria material suficiente para responder minha hipótese
(influência de diferenças de socialização sobre a organização do
trabalho, identificando no nível do desenvolvedor, e não da empresa, a
diferença entre software livre e software proprietário).
acho que já está longa a resposta por hora,
valeu
Matheus
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