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Re: [lp-br-sp] Próximo passo dos aparelhos que não são seus:
From: |
Sergio Durigan Junior |
Subject: |
Re: [lp-br-sp] Próximo passo dos aparelhos que não são seus: |
Date: |
Wed, 11 Feb 2015 17:24:17 -0500 |
User-agent: |
Gnus/5.13 (Gnus v5.13) Emacs/24.3 (gnu/linux) |
On Wednesday, February 11 2015, Luiz Antonio Izidoro wrote:
>>>> Ma sno fundo, ao abrir mão de liberdde de software, é isso que
>>>> compramos: perda de controle total de tudo o que o aparelho
>>>> faz.
>>> Será que se pode abrir mão de algo sem conhecer? Creio que a
>>> maior parte da população desconhece o SL.
>
>> Tá vendo a contradição aí em cima? Não me leve a mal: não estou
>> criticando você diretamente; quero simplesmente apontar um erro que
>> é muito fácil de cometer (e que tenho visto muito por aí).
>
> Eu quis dizer que a população não pode abrir mão do software livre sem
> o conhecer. Da mesma maneira que não vou abrir mão de usar um objeto
> hipotético se o parafuso dele mudar de fenda para phillips se eu
> realmente não conheço os padrões nem como essa mudança me afeta.
Acho que esse exemplo simplifica muito algo que não é tão simples quanto
a mudança de um parafuso.
>> É muito bacana defender ideais mais libertários, e obviamente é
>> mais simples apoiar o Open Source do que o Software Livre (não
>> estou dizendo que é o seu caso), afinal, todo mundo deve ter o
>> direito de fazer o que bem entender, certo?
>
> Certo, apesar de perceber uma certa ironia nesse comentário.
De maneira alguma. Eu queria muito que a gente pudesse viver num mundo
em que não precisássemos nos preocupar em ficar defendendo nossa
liberdade enquanto usuários de software, ou nossa privacidade enquanto
cidadãos. O comentário foi mais nesse sentido: é muito bacana defender
esses ideais, e eu realmente queria poder dizer que "todo mundo pode
fazer o que quiser", mas não é assim que eu vejo o mundo hoje. O fato
de cada vez menos pessoas compartilharem essa visão talvez signifique
que eu esteja errado :-).
> Acho que em vários contextos é mais fácil apoiar o OpenSource. E
> falando em ideais libertário, é possivelmente factível a existência do
> software livre, open-source e proprietário, ao mesmo tempo. Mas não
> trato disso, o que trato sob a ótica libertária, como escrevi mais
> abaixo, é a questão de respeitar essa existência.
Pra mim, e acredito que pra outras pessoas que defendem o Software
Livre, a existência de software proprietário não é factível. Só queria
deixar isso claro.
> Da mesma maneira que você menciona que tem notado um erro "muito visto
> por aí", eu também percebo que há um julgamento muito forte há quem é
> contra ou desconhece o software livre (não estou dizendo que seja seu
> caso), julgamento esse de deboche e desprezo.
Isso é um problema gigante. No fundo, somos uma comunidade composta 99%
por computeiros, e computeiro é um bicho muito ignorante quando o
assunto é "socializar" (até por isso eu acho muito legal quando vejo
pessoas de outras áreas se interessarem por SL). Eu também já fiz
minhas cagadas por aí, e é muito difícil você perceber que alguém não se
interessa por um assunto que você sabe que é importante pra todos. A
gente tende a dar umas patadas às vezes, é verdade.
> O meu ponto é: será que
> é justo esse julgamento? Será que as vezes não é exagerado e acaba
> mais espantando do que atraindo pessoas?
Com certeza há maneiras melhores de lidar com essas pessoas. Por outro
lado, eu também acho muito compreensível ver a frustração de algum
ativista, porque já estive (e ainda estou!) desse lado.
> A liberdade também não é
> respeitar as opiniões ou o direito a ignorância (mesmo que proposital
> das pessoas)?
Pra mim, isso não tem a ver com liberdade: tem a ver com respeito mesmo
:-).
Além disso (e eu sei que você sabe, mas acho importante falar mesmo
assim), é importante deixar claro que o SL não tem a ver com aquele
conceito de liberdade que diz que "qualquer um pode fazer o que
quiser". Portanto, quando alguém chega pra gente e fala:
- Mas se eu quiser usar meu sistema proprietário, eu tenho *liberdade*
de fazer isso!! Se você diz que defende o Software Livre, então deve
respeitar essa minha escolha!
A pessoa já não entendeu patavinas (sempre quis usar essa palavra!)
sobre a mensagem que o movimento passa.
Falou,
--
Sergio
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