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Re: [lp-br-sp] Revisão de texto de palestra sobre introdução à filosofia


From: Adriano Rafael Gomes
Subject: Re: [lp-br-sp] Revisão de texto de palestra sobre introdução à filosofia do Movimento Software Livre
Date: Sun, 5 Apr 2015 20:56:39 -0300
User-agent: Mutt/1.5.21 (2010-09-15)

On Sun, Apr 05, 2015 at 12:34:09AM -0400, Sergio Durigan Junior wrote:
> On Saturday, April 04 2015, Adriano Rafael Gomes wrote:

Sérgio, muito obrigado pela revisão. Vou começar a tratar as questões
que você apontou.

> Tranquilo.  Eu particularmente não acho necessário "adiar a
> disseminação"; gosto da troca de conhecimento e experiência que ocorrem
> quando a gente começa a discutir cedo um assunto :-).

Concordo contigo.

Nessa fase de revisão, eu quero discutir cedo o assunto, mas com o
grupo, que por conhecer o assunto tem condições de revisar. O que eu
quero evitar é que o documento chegue no público alvo antes de estar
pronto.

> Já considerou usar um repositório pra controlar as versões?  Seria uma
> ferramenta ótima no seu caso, e não é tão difícil quanto as pessoas
> pensam.

Aceito sugestões sobre como fazer isso. Prefiro hospedar no meu próprio
servidor. Terei que estudar como fazer.

> Acho que meu primeiro comentário aqui seria: coloque uma licença livre
> no documento.  Por exemplo, Creative Commons
> <https://creativecommons.org/> ou GNU Free Documentation License
> <https://www.gnu.org/copyleft/fdl.html> são as indicadas no seu caso.

Meu plano é colocar uma licença livre, mas ainda não escolhi qual.
Aceito sugestões. Talvez CC-BY-SA ou GNU FDL, como você sugeriu. Eu
quero que o documento possa ser copiado, alterado, redistribuído e
que essas liberdades sejam mantidas.

> Depois vou responder melhor a mensagem do Rafael, mas aqui eu acho
> interessante mencionar que não é só a filosofia que motivou o
> desenvolvimento dos Softwares Livres.  Eu gosto de definir o Software
> Livre como um movimento técnico, social, filosófico e político (não
> necessariamente nessa ordem de relevância).

Reconheço que eu tenho dificuldade em definir os termos: movimento,
social, filosófico, político. Aceito sugestões.

> Não sei se entendi essa conclusão de que "... se você deixar para
> conhecer a filosofia por último, poderá abrir mão da liberdade no meio
> do caminho".  Como assim?  Quer dizer que a pessoa pode achar, no meio
> do aprendizado, que aquele movimento "não a representa" e "desencanar"?

Me refiro a se desviar do caminho da liberdade enquanto ainda estiver
na fase de aprendizado da parte técnica apenas, e ainda não tiver
aprendido sobre a filosofia, pois deixou esta parte por último.

A ideia que quero passar é que se a pessoa usar a parte técnica como
único critério para escolher qual programa usar, poderá escolher um
programa não-livre ao invés de um livre, simplesmente porque naquele
caso específico o programa não-livre possa ser melhor tecnicamente.
Isso aconteceria porque a pessoa ainda não conhece a filosofia.

> Legal, concordo que no mundo ideal as pessoas deveriam entrar em contato
> com a motivação primeiro, e depois partir pro uso dos softwares que
> representem aquilo que ela aprendeu.  Mas eu me arrisco a dizer que na
> grande maioria dos casos não é isso que acontece (não foi comigo, e
> tenho quase certeza de que não foi com ninguém do grupo também).  Por
> esse motivo, eu acho que esses dois capítulos são meio "wishful
> thinking"...  Não digo pra você retirá-los; só queria fazer esse
> comentário pra ver o que você acha.

Concordo com você. Mas esse é exatamente um dos problemas que estou
tentando ajudar a diminuir com essa palestra: fazer as pessoas
conhecerem a filosofia mais cedo.

> > + O que é Software Livre? +
> >
> > Software Livre é software que respeita a liberdade do usuário.
> >
> > O oposto de Software Livre é software não-Livre, que não respeita a 
> > liberdade
> > do usuário.
> 
> Essa explicação infelizmente está muito incompleta.  Se eu estivesse na
> sua palestra (ou lendo esse documento) e não soubesse absolutamente nada
> sobre SL, eu iria chegar até esse slide e continuar sabendo
> absolutamente nada!

> Acho essencial você expandir esse capítulo com as 4 liberdades do
> Software Livre, e explicar (sucintamente?) o que cada uma dessas
> liberdades faz pra defender o usuário de software.

Talvez eu deva reordenar algumas partes do texto, ou mencionar que o
assunto será desenvolvido adiante.

> Quando eu faço uma palestra sobre SL, eu *sempre* faço a correlação
> 
>   "SL <-> Respeito"
> 
> Eu também costumo brincar dizendo que eu provavelmente teria batizado o
> movimento de "Software Respeitoso", ao invés de Software Livre, porque
> eu acho que se a gente puxar o argumento pro lado do "respeito" fica
> muito mais natural (e, até certo ponto, menos polêmico) explicar por que
> o movimento é importante.
> 
> Se estiver interessado, eu fiz um post sobre o "Software Respeitoso" (em
> inglês) aqui:
> 
>   <http://blog.sergiodj.net/post/2014-10-15-respectful-software/>
> 
> Não escrevi tanto sobre a questão da nomenclatura, mas ainda assim acho
> que explica melhor a idéia que mencionei acima.

Vou reler o teu artigo e ver como posso aproveitar a ideia na palestra.
Vou reler esse também: http://mjg59.dreamwidth.org/32686.html

> Pode ser que esses diagramas sejam um pouco confusos pra quem não tem
> conhecimento prévio sobre o movimento.  Pode dar a impressão de que
> "controlar o programa" é algo que dá pra fazer "de cara", mas obviamente
> são necessárias habilidades específicas pra exercer esse controle de
> maneira completa.  Acho legal explicar melhor esse controle, talvez sob
> a ótica da liberdade do usuário em não depender de apenas um programador
> (que provavelmente nem é conhecido do usuário), e de ter acesso ao
> código-fonte (ou à "receita") do programa.

OK, tenho que melhorar essa parte.

Tentei explicar isso ao dizer "Se você não souber ou não quiser fazer
as modificações você mesmo, você poderá convencer alguém a fazer as
modificações para você e, ainda assim, controlar o que o programa faz."

> Uma outra confusão que pode rolar por conta do termo "controlar o
> programa" é o seguinte: se eu não entendesse nada de Software Livre, eu
> provavelmente iria ter certeza de eu controlo todos os programas que eu
> uso.  Ou seja, eu não entenderia por que você está dizendo que eu não
> controlo os programas; essa confusão existiria porque você não explicou
> direito o que é, de fato, "controlar um programa" (ou "ser controlado
> por um programa").

OK. Acho que vou ter que falar um pouco sobre como funcionam os
computadores, executando programas que são instruções escritas no
código-fonte, algo nesse sentido, e como isso influencia nas tarefas do
usuário.

> Acha necessário colocar esses diagramas?  :-)

Posso removê-los, talvez fique melhor sem eles.

> Aha, legal, aqui embaixo você explica as 4 liberdades.  Então talvez
> seja o caso de reorganizar os capítulos, porque aquele lá de cima
> precisa de mais esclarecimentos, sem dúvida...

Vou tentar reorganizar ou ligar as partes, como falei lá em cima.

> Eu sempre escrevi "código-fonte" com hífen.

Não sei qual é a grafia correta. Quem souber, me diga, por favor.

> Acho que removeria esse "controlar o que o programa faz", pelos motivos
> que expliquei acima: é uma frase meio confusa, que pode gerar mais
> dúvidas do que certezas...

Como dito acima, tentarei esclarecer essa parte.

> Não tenho certeza absoluta, mas eu acho que esses capítulos explicando o
> que é SL poderiam ser movidos lá pra cima...

Novamente, tenho que reorganizar ou ligar as partes.

> Eu trocaria por "Conclui-se que:".

OK.

> Acho legal reforçar aqui que, mesmo que você não saiba programar e não
> pretenda tornar-se um programador, você pode escolher confiar em um
> amigo programador (e/ou na comunidade que desenvolve o Software Livre)
> para saber que aquele programa faz o que você espera que ele faça.
> 
> Estou tentando antecipar perguntas do tipo:
> 
>   "Mas se eu não sou programador, e se eu não tenho intenção nenhuma de
>   aprender a programar, será que isso não significa que eu sempre
>   estarei à mercê da vontade de ALGUM programador?"

Realmente, terei que explicar melhor essa parte de "controlar o
programa" ou "ser controlado por ele" :-)

> > + Por que se importar com isso? +
> >
> > Infelizmente, existem no mundo outras e mais graves injustiças do que a
> > injustiça causada pelo software não-Livre. Então, por que se importar com 
> > isso?
> >
> >     - O primeiro motivo é que, mesmo havendo injustiças mais graves do que
> >       essa, ainda assim essa é uma injustiça e, como tal, deve ser 
> > combatida.
> >
> >     - O segundo motivo é que essa é uma injustiça que acontece em um campo 
> > do
> >       conhecimento humano no qual nós, que temos conhecimento técnico na 
> > área,
> >       temos condições de agir para transformar a situação e eliminar essa
> >       injustiça, escrevendo Software Livre para substituir todo o software
> >       não-Livre ainda existente.
> >
> >     - O terceiro motivo é que a quantidade de atividades humanas que são
> >       realizadas com uso de software está aumentando com o passar do tempo e
> >       com o avanço da tecnologia, aumentando também o alcance da injustiça
> >       sobre os usuários quando as tarefas são realizadas usando software
> >       não-Livre.
> 
> Eu colocaria esse motivo em primeiro lugar!

Você se refere ao terceiro motivo?

Tentei fazer uma progressão sobre o grau de "gravidade" dos motivos.

> No mais, parabéns pelo documento.  Acho que está indo no caminho
> certo: com uma linguagem fácil de entender, mas sem perder a força da
> mensagem.

Mais uma vez, muito obrigado pela revisão.

Vou trabalhar nos pontos que você levantou. Espero conseguir terminar a
tempo de apresentar com as modificações no FLISOL.

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