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Re: Coronavírus e educação remota: negócios lucrativos baseados na ampla
From: |
Lunovox |
Subject: |
Re: Coronavírus e educação remota: negócios lucrativos baseados na ampla extração de dados pessoais |
Date: |
Fri, 03 Apr 2020 14:16:32 -0300 |
Realmente essa educação vigiada está respondendo os alunos de todas as idades a
perigos invasão de privacidade.
Inclusive tenho um amigo, que não tenho permissão de dizer o nome, mas que
participa dessa lista de correspondência por e-mail, que passou um sufoco
grande por que só poderia submeter seu trabalho acadêmico para apreciação dos
professores se utilizasse algoritmos não livres.
Quem garante as informações pessoais deste meu amigo não estão sendo utilizadas
para capitalização sem o consentimento dele?
Em 25 de março de 2020 19:54:16 BRT, Paulo Francisco Slomp <address@hidden>
escreveu:
>
>Coronavírus e educação remota: negócios lucrativos baseados na ampla
>extração de dados pessoais
>
>Iniciativa Educação Aberta - https://aberta.org.br
>
>Mapeamento inédito mostra exposição da educação brasileira ao
>“capitalismo de vigilância”
>
>Fonte: https://aberta.org.br/mapeamento
>
>Educação Vigiada mostra que 65% das universidades públicas e
>secretarias estaduais de educação estão expostas ao “capitalismo de
>vigilância”. O projeto vem chamar a atenção da sociedade para o
>problema da falta de transparência e regulação nas relações
>público-privadas em serviços e plataformas tecnológicas, comprometendo
>direitos dos usuários, como privacidade e a proteção de dados pessoais.
>Lançamento com transmissão ao vivo acontece dia 26 de março às 16h.
>
>Bastou começar a suspensão das aulas pelas instituições de ensino, no
>esforço coletivo de contribuir contra a disseminação do COVID-19, para
>surgir uma lista imensa de empresas e plataformas de tecnologia
>ofertando ferramentas diversas para EaD (educação a distância) como
>forma de evitar prejuízos ao semestre letivo. Boa parte delas,
>inclusive, disponibilizando acesso e serviços ‘gratuitos’ para
>incentivar o uso.
>
>Só que essa disputa pela atenção de educadores e gestores de
>instituições de educação no Brasil não é de agora. Mapeamento realizado
>por dois núcleos de pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA) e
>pela Iniciativa Educação Aberta (Cátedra UNESCO de EaD sediada na
>Universidade de Brasília (UnB) e Instituto Educadigital) revela que 65%
>das universidades públicas e secretarias estaduais estão expostas ao
>chamado “capitalismo de vigilância”, termo utilizado para designar
>modelos de negócios baseados na ampla extração de dados pessoais por
>algoritmos e técnicas de inteligência artificial para obter previsões
>sobre o comportamento dos usuários e com isso ofertar produtos e
>serviços.
>
>Intitulado Educação Vigiada, o mapeamento tem por objetivo chamar a
>atenção da sociedade para o problema da falta de regulação de parcerias
>estabelecidas por órgãos públicos de educação com organizações
>comerciais, o que compromete o direito à privacidade e à proteção de
>dados pessoais dos cidadãos e também de crianças e adolescentes. “Essas
>parcerias não envolvem dispêndio de recursos financeiros por parte da
>administração pública. No entanto há um valor oculto extraído da coleta
>de nossos dados e metadados”, explica o professor Tel Amiel, da UnB e
>coordenador da Cátedra UNESCO em EaD http://www.educacaoaberta.org.
>
>Por mais que atos de solidariedade em momentos de crise como o atual
>sejam bem-vindos, como fica a responsabilidade do serviço público em
>aceitar simplesmente ofertas “grátis” sem uma análise do contexto e das
>contrapartidas envolvidas? A questão da vigilância começou a ganhar
>destaque nos noticiários a partir das denúncias do ex-oficial da
>Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, Edward Snowden, de que o
>governo americano mantinha programas de espionagem em massa de seus
>cidadãos e de autoridades de outros países.
>
>Filmes recentes como “Privacidade Hackeada” e sobre a própria história
>de Snowden têm escancarado a maneira como dados pessoais coletados de
>forma persistente e extensa são hoje o motor que gera o lucro das mais
>famosas corporações de tecnologia do planeta, como Google e Facebook.
>“Como não encontramos informações sobre como essas parcerias se dão no
>âmbito da administração pública, nem por parte do governo, nem por
>parte das empresas, criamos um programa para acessar a base de dados do
>endereço do servidor de e-mail das instituições de ensino e saber se os
>servidores estão alocados em máquinas externas de empresas ou em
>máquinas sob controle das próprias instituições de ensino”, explicou o
>professor Leonardo Cruz, do Laboratório Amazônico de Estudos
>Sociotécnicos http://laesufpa.net da UFPA e pesquisador da Rede
>Latino-Americana de estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade
>(Rede LAVITS http://lavits.org).
>
>Educação Vigiada é parte integrante da pesquisa “Capitalismo de
>Vigilância e a Educação Pública do Brasil” com a intenção de alertar a
>sociedade para a falta de transparência nos modelos de aceite de
>serviços gratuitos oferecidos por essas empresas firmados com
>instituições e redes de ensino. Para o professor Filipe Saraiva, do
>Centro de Competência em Software Livre da UFPA http://ccsl.ufpa.br, em
>um cenário de desincentivo ao financiamento da educação pública e
>redução dos orçamentos universitários, as instituições simplesmente
>aderem a produtos ‘gratuitos’ de empresas e os submetem à comunidade
>educacional a partir de um discurso de “inovação” e “qualidade”. “Mas é
>preciso ter cautela”, ressalta. “No afã de resolver problemas imediatos
>e urgentes, gestores e professores muitas vezes não enxergam que boa
>parte da inabilidade das instituições para responder às demandas de
>sistemas e serviços se dá pelo sucateamento de estruturas e equipes de
>suporte, em favor de soluções externas ‘gratuitas’.
>
>A diretora-executiva do Instituto Educadigital
>http://educadigital.org.br, Priscila Gonsales, lembra que, no caso da
>educação básica, o problema é ainda maior, pois envolve o uso por
>crianças e adolescentes. “Em agosto entra em vigor a Lei Geral de
>Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que traz um artigo específico sobre
>proteção de dados para esse público, logo escolas precisam repensar seu
>papel pedagógico em relação às escolhas que fazem, além de formar
>professores e alunos sobre a importância desse tema”, pontua.
>
>Segundo os pesquisadores envolvidos no mapeamento, uma vez
>estabelecidas as parcerias público-privadas e que sejam feitas as
>migrações de serviços, como por exemplo, o e-mail institucional, é
>muito difícil que instituições e redes consigam reverter esse cenário
>de dependência.
>
>Educação Vigiada recebeu apoio da organização chilena Derechos
>Digitales, por meio do Fundo de Resposta Rápida, e apresenta os dados
>atualizados da pesquisa, além de informações complementares e
>recomendações para cada função na comunidade escolar (gestor,
>professor, pais e estudantes). Saiba mais em:
>www.educacaovigiada.org.br
>
>Acompanhe ao vivo o lançamento do projeto. Deixe seu email nesse link
>para ser avisado(a) http://bit.do/edvig!
>
>Informalidade e desconhecimento nos processos de contratação:
>https://educacaovigiada.org.br/?page_id=687.
>
>Alternativas aos sistemas proprietários:
>https://educacaovigiada.org.br/?page_id=2.